quinta-feira, 27 de março de 2014



          Hi! Como sempre, lá estava minha pessoa na internet olhando algumas postagens em um blog e decidi procurar um pouco sobre o que pretendo exercer, no caso, Engenharia Mecânica que pretendo cursar na IFG. (sempre tem nome de faculdade nas minhas postagens, G-zuis x.x). Enfim... Fiquei meio receosa quanto a algumas coisas que li. Como, por exemplo, dentre 40 alunos em uma sala, 2 são mulheres.
          Pode não te surpreender (ou pode), entretanto, na hora me peguei pensando: "Que idiotice é essa?". Acho que a engenharia faz tanta "propaganda" para homens que quase nenhuma mulher se interessa pelo ramo, até mesmo o mercado de trabalho é mais fechado para mulheres. O mesmo seria em um curso de Nutrição, creio que é meio difícil se encontrar um homem por lá.


          Vejam só essa entrevista á Fabiana Leta. Ela é a primeira professora a entrar para o quadro de engenharia mecânica da UFF e fala dos desafios de atuar em um mundo masculino, abaixo seguem os principais trechos.


1. Quando você estava na faculdade tinham muitas mulheres na sua turma? Você lembra quantas meninas e quantos meninos tinham?

Na época que ingressei na UFF a opção pelo tipo de Engenharia ocorria a
partir do quarto período. Na minha turma eu tinha cinco colegas, das quais
apenas eu e mais uma optamos por Engenharia Mecânica. Isto em uma turma de
quarenta alunos. Na minha turma de formatura fomos duas em um conjunto de treze
alunos.

2. As meninas recebiam tratamento diferenciado, de alguma forma?

Recebiam! Havia algum tempo que o curso de Engenharia Mecânica não tinha alunas
e despertava muita curiosidade, por parte dos colegas. Havia comentários
pejorativos questionando o porque de “meninas escolherem mecânica”. As
brincadeiras e piadas de alguns alunos e professores tiveram com o tempo
de se ajustar à nossa presença. Alguns alunos achavam também que nós
eramos as “melhores” interlocutoras junto aos professores no momento de se
pedir para adiar prova ou cobrar trabalhos…

3. Você acha que existe preconceito ainda hoje com as questões de gênero dentro da universidade?

Acho que existe sim. Observo isto nos cargos e funções hoje ocupados por
mulheres na universidade. Existe uma ocupação forte em coordenações de
curso, ao menos na Engenharia, o que aparentemente é uma função em que as
habilidades femininas na forma de condução dos problemas parece atender
melhor às expectativas. Recentemente observei que nas universidades
brasileiras em geral as mulheres ocupam pró-reitorias de extensão e
eventualmente acadêmicas, raramente ocupam pró-reitorias de pesquisa ou de
planejamento. Existe algum perfil diferenciado desejável para cada uma
destas funções? Esta segmentação se dá em função do número maior de
professores homens? Entre os alunos o preconceito tem sido menor, por vezes há comentários
pontuais fruto da formação que trazem de fora da universidade.

4. Há ainda uma diferença grande entre o número de meninas e meninos, principalmente no curso de engenharia mecânica. A que você atribui isso?

Atribuo a desconhecimento sobre as atividades que um profissional da área
pode realizar. Há ainda muita associação entre Engenharia Mecânica e
“graxa de mecânica de automóveis”. Quando na verdade para trabalhar com
Engenharia Mecânica não precisa necessariamente “sujar as mãos de graxa”,
o que também não é problema, pois para isto existe água e sabão. Enfim,
quando era monitora de Tecnologia Mecânica eu sujava as mãos, e bem menos
do que os meus colegas meninos, pois era mais cuidadosa e isto nunca me
desmotivou quanto ao curso. Lidar com pessoal técnico também pode ser
complicado pois não estão habituados a serem chefiados por mulheres, mas
acredito que isso também é uma questão de postura da Engenheira mulher,
que deve manter sua feminilidade e demonstrar sua competência técnica e
especialmente emocional.

5. Você acha que o mercado da engenharia está mais receptivo para as
mulheres?

Acho que sim, mas ainda não é um mercado livre de preconceitos.

6. A que você atribui essas mudanças?

À demonstração da competência técnica e habilidade de condução de
trabalhos e administração de problemas.
 Entrevista realizada por Juliana Dias Ferreira



           A situação predominante aqui é: Preconceito. Não adianta continuar com essa ideia na cabeça, de que mulher só pode atuar "em tal área de serviço" e pronto. A cada ano o mercado se abre mais para as mulheres e continuar com esta descriminação. O mesmo digo para homens que empenham em conseguir entrar em mercados de trabalho no qual mulheres são "predominantes", com empenho todos conseguimos e, não vai ser algo assim que nos fará desistir.

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